sexta-feira, 18 de setembro de 2009
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A maior obra de arte de todos os tempos...
Numa conferência em Hamburgo em 16 de setembro de 2001, Stockhausen foi questionado por um jornalista como os ataques ao World Trade Center o afetaram. Ele respondeu:
"Well, what happened there is, of course — now all of you must adjust your brains — the biggest work of art there has ever been. The fact that spirits achieve with one act something which we in music could never dream of, that people practise ten years madly, fanatically for a concert. And then die. [Hesitantly.] And that is the greatest work of art that exists for the whole Cosmos. Just imagine what happened there. There are people who are so concentrated on this single performance, and then five thousand people are driven to Resurrection. In one moment. I couldn't do that. Compared to that, we are nothing, as composers. [...] It is a crime, you know of course, because the people did not agree to it. They did not come to the "concert". That is obvious. And nobody had told them: "You could be killed in the process." (Stockhausen 2002, 75–76.)
"Well, what happened there is, of course — now all of you must adjust your brains — the biggest work of art there has ever been. The fact that spirits achieve with one act something which we in music could never dream of, that people practise ten years madly, fanatically for a concert. And then die. [Hesitantly.] And that is the greatest work of art that exists for the whole Cosmos. Just imagine what happened there. There are people who are so concentrated on this single performance, and then five thousand people are driven to Resurrection. In one moment. I couldn't do that. Compared to that, we are nothing, as composers. [...] It is a crime, you know of course, because the people did not agree to it. They did not come to the "concert". That is obvious. And nobody had told them: "You could be killed in the process." (Stockhausen 2002, 75–76.)
terça-feira, 2 de junho de 2009
Premiação
Parabéns ao Grupo Auê!!
Fomos selecionados para integrar o melhor site de seleção dos melhores blogs do Brasil. Ganhamos até um certificado!
Auê a todos!
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domingo, 26 de abril de 2009
Olha o Auê aí ó!
O sarau lítero musical, “Olha o auê ai ó!”, que aconteceu no último sábado (18) na Sociedade Veteranos em Rio Claro, reuniu diversos gêneros artísticos, e lotou a casa de eventos.
A abertura da atividade ocorreu com o bloco Auê interpretando a canção “Eu quero é botar meu bloco na rua” de Sergio Sampaio. A noite ainda teve espaço para a leitura de um manifesto proposto pelos integrantes do Grupo Auê, em que convidam todos os artistas rio-clarenses para a consolidação da cultura no município, criando assim, um diálogo entre os segmentos artísticos e a sociedade.
Entre espetáculos teatrais, performances, poesia, dança e cinema, o ponto alto do evento foi a homenagem prestada ao artista plástico Eraldo Carlos Lacerda. De acordo com Favari Filho, presidente do Grupo Auê, a homenagem não foi divulgada antes, devido tratar-se de uma surpresa. “Nosso intuito era agradecê-lo pelos serviços artísticos prestados à humanidade”, ressaltou Favari.
O evento que teve caráter filantrópico, uma vez que o ingresso era um quilo de alimento não perecível, demonstrou que a classe artística além de colaborar com o intelecto, também se preocupa com os menos favorecidos.
Confira abaixo as atrações.
Cecília
A atriz Michelle Dayane apresentou o monólogo "Cecília". A peça retrata a vida de um escritor em busca de sua musa, Cecília. Em um clima non sense, a personagem divaga sobre pensamentos e atos infundados em um interminável drama psicológico.
Michelle Dayane - É atriz. Estreou no teatro encenando a peça "Trisco", de Fausto Brunini. No ano de 2006 passou a dedicar-se às inter-linguagens e co-fundou o grupo Overdose Literária. Atuou em quatro Microcines da série Proposição e atualmente se prepara para integrar os casting do média-metragem "Odorico", adaptado do livro "O Abismal", da premiada escritora carioca Maria Helena Nóvoa.
Michelle Dayane - É atriz. Estreou no teatro encenando a peça "Trisco", de Fausto Brunini. No ano de 2006 passou a dedicar-se às inter-linguagens e co-fundou o grupo Overdose Literária. Atuou em quatro Microcines da série Proposição e atualmente se prepara para integrar os casting do média-metragem "Odorico", adaptado do livro "O Abismal", da premiada escritora carioca Maria Helena Nóvoa.
Esquetes
O grupo Incômodo de Teatro apresentou duas esquetes teatrais com abordagem cotidianas. A primeira, uma abordagem tragicômica, e posteriormente, uma abordagem ludicamente cômica em que analisam a condição dos jovens com muito bom humor.Grupo Incômodo de Teatro - Criado em 2004, após oficina ministrada pelo ator e mimico Cléber França, apresentou sua primeira peça independente na II União Teatral de Rio Claro (Uterc), no mesmo. Desde então, o grupo despontou no cenário artístico e carrega no seu hall de apresentações as peças Inspetor Geral de Nicolai Gogol; Viúva, porém honesta, de Nelson Rodrigues, entre outras.
Literatura
O salão social do clube Veteranos teve espaço para um varal de poesias afixados na entrada do clube, e também recitais com os autores.
J. Costa Jr. - Autor rioclarense, colabora com a imprensa escrita local para a qual escreve artigos, crônicas e reportagens. Foi um dos redatores do Jornal O BETA. Integrante do site http://www.autores.com.br/, onde possui diversos textos publicados e presta assessoria para o Projeto Escola de Autores. Mantém na web o site Autor Virtual http://www.jcostajr.blogspot.com/. É autor de diversos contos, poemas e de 7 romances inéditos.
Jaime Leitão - Cronista, poeta e autor teatral. É também professor de redação e coordenador do Projeto JC Presente na Escola, produzido pelo Jornal Cidade de Rio Claro, onde escreve há mais de 20 anos, de maneira ininterrupta a coluna “Toque Rápido”. Tem vários livros publicados, dentre eles, Mira-Miragem e MicroContos.
Fabio Riani Perinotto - Mais conhecido como BINHO Perinotto - é promotor e produtor cultural, artista e poeta rioclarense, estudante de Pedagogia da Unesp Rio Claro, mantém na web o Blog: http://www.8poesias.blogspot.com/. Pela política cultural do Ministério da Cultura: Cultura Viva - Pontos de Cultura, é membro tanto da Comissão Estadual Paulista dos Pontos de Cultura - Representante da Macro Região: Interior, quanto da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura - Representante do Grupo de Trabalho: Juventude. E é o idealizador e moderador da Comunidade/Grupo de E-mails “Arte e Cultura - RIO CLARO" do provedor Yahoo: http://br.groups.yahoo.com/group/artecultura_rioclaro/.
Fabio Casemiro - Graduado em História pela UNIMEP, Especialista em História pela UNIMEP, Mestre em Teoria e História Literária pela UNICAMP, professor de história e literatura, poeta, ensaísta, articulista em diversos jornais e suplementos, fundador e membro do jornal e revista on-line PORTABERTA.
Sandra Baldessin - Poeta e escritora, colaboradora do Jornal Cidade de Rio Claro, tradutora e consultora em comunicação escrita, publicou as obras A flor do verso (poesia, 2001), A cidade enquanto espaço cultural (ensaio, 2003), entre outros.
J. Costa Jr. - Autor rioclarense, colabora com a imprensa escrita local para a qual escreve artigos, crônicas e reportagens. Foi um dos redatores do Jornal O BETA. Integrante do site http://www.autores.com.br/, onde possui diversos textos publicados e presta assessoria para o Projeto Escola de Autores. Mantém na web o site Autor Virtual http://www.jcostajr.blogspot.com/. É autor de diversos contos, poemas e de 7 romances inéditos.
Jaime Leitão - Cronista, poeta e autor teatral. É também professor de redação e coordenador do Projeto JC Presente na Escola, produzido pelo Jornal Cidade de Rio Claro, onde escreve há mais de 20 anos, de maneira ininterrupta a coluna “Toque Rápido”. Tem vários livros publicados, dentre eles, Mira-Miragem e MicroContos.
Fabio Riani Perinotto - Mais conhecido como BINHO Perinotto - é promotor e produtor cultural, artista e poeta rioclarense, estudante de Pedagogia da Unesp Rio Claro, mantém na web o Blog: http://www.8poesias.blogspot.com/. Pela política cultural do Ministério da Cultura: Cultura Viva - Pontos de Cultura, é membro tanto da Comissão Estadual Paulista dos Pontos de Cultura - Representante da Macro Região: Interior, quanto da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura - Representante do Grupo de Trabalho: Juventude. E é o idealizador e moderador da Comunidade/Grupo de E-mails “Arte e Cultura - RIO CLARO" do provedor Yahoo: http://br.groups.yahoo.com/group/artecultura_rioclaro/.
Fabio Casemiro - Graduado em História pela UNIMEP, Especialista em História pela UNIMEP, Mestre em Teoria e História Literária pela UNICAMP, professor de história e literatura, poeta, ensaísta, articulista em diversos jornais e suplementos, fundador e membro do jornal e revista on-line PORTABERTA.
Sandra Baldessin - Poeta e escritora, colaboradora do Jornal Cidade de Rio Claro, tradutora e consultora em comunicação escrita, publicou as obras A flor do verso (poesia, 2001), A cidade enquanto espaço cultural (ensaio, 2003), entre outros.
Ela dança
Lara Lazo combinou o moderno e o clássico em apresentações de tirar o folego. Em uma dança com a participação do artista Sechi, a bailarina em um conjunto de movimentos modernos, se apresentou sentada em uma cadeira dançando apenas com as pernas. Lara Lazo - Professora de dança, proprietária do Centro InterCultural Napyev, onde ministra aulas de dança e realiza exposições e saraus literários. Dedica-se também à literatura, sendo autora de diversos poemas publicados na Internet, em sites especializados.
Dói, a chapinha dói!
Leticia Tonon realizou um happenig se manifestando contra a chapinha.
Estava previsto para o evento a exibição do vídeo "Sorria, você está sendo assaltado" da artista, no entanto, devido o atraso de uma hora na programação por conta de uma Cia. de teatro não ter comparecido, o vídeo não foi apresentado. O Grupo Auê pede sinceras desculpas à Leticia.
Letícia Tonon - É artista multimídia e artivista. Apresentou seus trabalhos na Alemanha, Portugal, Sérvia, Bolívia e Argentina. Foi selecionada pelo Projeto Revelando os Brasis (Ministério da Cultura) e recebeu Prêmio de Melhor Fotografia no Festival Internacional de Cinema de Itu, o CINEMA MUNDO, com seu primeiro filme “O Bilhete”. Escreve para a coluna “Santa Blá” do Jornal Regional de Rio Claro divulgando especialmente eventos culturais da região e do Brasil. É fundadora e integrante do "Grupo Cupim de Gravura – coletivo de artistas" e responsável pelo espaço "Ateliê PÉ VERMELHO", galeria e escritório de arte.
Dançando!
Sandra Brás deu cor ao evento ao realizar três danças de Flamenco. O trabalho da dançarina causou empatia no público presente.
Sandra Brás - É dançarina de flamenco, professora e porta bandeira da Escola da Samba A Casamba (2009)
Sandra Brás - É dançarina de flamenco, professora e porta bandeira da Escola da Samba A Casamba (2009)
Velas e Alfaces
"Céu, Purgatório, Inferno, Céu, Purgatório, Inferno", foi o nome da apresentação do performer Thiago Buoro. Entre velas, uma caveira de boi e alfaces, Buoro, traçou uma analogia dantesca em sua apresentação.
Thiago Buoro - Aartista performático, estudante de Letras da Unesp/Araraquara. Já fez diversas apresentações em eventos culturais de Rio Claro e região. Integrante do Grupo Overdose Literária.
Endopintura Asfixia
O artísta Multimidia José Roberto Sechi apresentou uma performance que faz parte da série denominada Endopintura. O trabalho lida com a asfixia, tanto literal quanto cultural, e explora o limite entre a vida e a morte, culminando em um dialogo da morte com nascimento.
Sechi - Artista multimídia com destaque para a Arte Postal, em que obteve reconhecimento internacional. Criador das Edições 100, selo alternativo que publica autores iniciantes e independentes. Edita também a revista “Pense Aqui”, sobre Arte-Postal, com circulação mundial. Nas artes plásticas tem vários trabalhos realizados e expostos na Sechisland Micro Gallery, da qual é curador e mantenedor. Como performer, apresenta-se com freqüência em países como Chile, Uruguai e Argentina.
MPB
Emílio Moreira destilou bom mocismo em canções próprias com influência do melhor da MPB nacional. O show foi a segunda atração da noite e agradou o público presente.
Emílio Moreira - Músico e compositor. Prepara para 2009 o lançamento do álbum “Tranqüilo”, com músicas autorais. Pertenceu à banda Musicatoa. É professor de música da Escola Music Hall de Rio Claro. Suas especialidades são os violões de 6 e 7 cordas, além da guitarra.
Ista
Apresentação do curta-metragem "Ista", realizado por Lourenço Favari em 2008. O filme narra a história de um bibliotecário perdido em seu tempo e suas angústias. Vivendo em um mundo particular descobre um universo paralelo que soa escuro e amedontrador.
Confira o curta:
Ista
Favari | Vídeo do MySpace
Lourenço Favari - É jornalista e pesquisador audiovisual. Realizou o vídeo "Telemirar", além da série "Animaction". Teve seus trabalhos expostos na Argentina e Portugal. Em 2006, foi selecionado para o 6° Salão de Artes do Amapá, com o vídeo "Toda Merda Agora é Arte". É fundador ao lado do poeta e cineasta Bruno Nicoletti, do grupo Fudidos & Malpagos. Para 2009 prepara o lançamento da revista de humor Picareta!.
Cine-Poema # 1
Apresentação do cine-poema de João Paulo Miranda Maria e Fernada Tosini. De acordo com os realizadores, o trabalho partiu de uma proposta que pretendia retirar a palavra de seu meio literário e emprega-la como imagem cinematográfica.
João Paulo Miranda Maria - Cineasta rio-clarense formado pela Faculdade Estácio de Sá no Rio de Janeiro. Embora jovem, possui uma considerável obra. Dirigiu “O Alienista”, “Pirlimpsiquice”, “14-BIS” e o recente longa-metragem “Quieta non movere". Fundador e mantenedor do Grupo Kino’Olho, que atua no estudo e na difusão do cinema e realiza experiências cinematográficas através da oficinas, workshops e palestras em parceria com Cia. Quanta de Teatro.
Fernada Tosini - Colaborou para os jornais "Gazeta do Povo" e o "Jornal". Em 2008, participou da exposiçãofotográfica denominada Focus na Praça, idealizada por Jaime Leitão. Atualmente participa do grupo "Kino-Olho", onde desenvolve pesquisa e videos acerca da história do cinema.
João Paulo Miranda Maria - Cineasta rio-clarense formado pela Faculdade Estácio de Sá no Rio de Janeiro. Embora jovem, possui uma considerável obra. Dirigiu “O Alienista”, “Pirlimpsiquice”, “14-BIS” e o recente longa-metragem “Quieta non movere". Fundador e mantenedor do Grupo Kino’Olho, que atua no estudo e na difusão do cinema e realiza experiências cinematográficas através da oficinas, workshops e palestras em parceria com Cia. Quanta de Teatro.
Fernada Tosini - Colaborou para os jornais "Gazeta do Povo" e o "Jornal". Em 2008, participou da exposiçãofotográfica denominada Focus na Praça, idealizada por Jaime Leitão. Atualmente participa do grupo "Kino-Olho", onde desenvolve pesquisa e videos acerca da história do cinema.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
MANIFESTO AUÊ
1. A palavra auê, cujo significado é "Salve", é equivalente a uma saudação, um tipo de saudação. Nome de provável origem tupi e talvez associado à bebida fermentada chamada “ka´wi”, tomada pelos índios em beberagens rituais. Também indica uma pessoa de extrema bondade e inteligência, muito elogiada pelo seu jeito amoroso e um tanto tímido que encanta a todos. Significa atualmente, em gíria, uma grande festa, uma algazarra alegre, uma farra. Auê!
2. A palavra cultura vem da palavra “cultivar”, de onde se infere que culto é alguém que tem o hábito de cultivar algo que o torna, ele mesmo, um ser cultivado, gesto que é anterior à política e à educação, porque não há política ou educação fora da cultura e cultura fora da educação e da política.
3. Logo, um homem torna-se um alienado político e um mal-educado quando desconhece a importância da cultura como amálgama da identidade, porque sem cultura não há identidade e não há história, uma vez que não há história fora da cultura e cultura fora da história. Portanto, é impossível um homem saber o que é ou porque é fora da cultura. Numa palavra, cultura e história são a mesma coisa.
4. Em um país onde a identidade cultural perde a cada dia suas mais importantes referências, as pessoas não sabem mais quem são seus guias espirituais, intelectuais, literários, artísticos e, portanto, culturais. A falta de modelos gera uma crise de identidade, porque a cultura necessita de referências com as quais pode multiplicar os seus poderes e sua influência. Substituí-los por novos não é fácil, porque sem referências, o homem caminha lentamente para a barbárie, até achá-la comum e, depois, natural.
5. O homem, nesse ponto em diante, torna-se aos poucos um animal egoísta, porque o ser humano é um animal cultural e social, e como tal, só pode construir a humanidade e a civilização se a cultura torna-se a sede de sua mais alta espiritualidade e elevação intelectual.
6. A diferença entre um homem civilizado e um animal selvagem, entre um homem cultivado e um inculto é a ponte que permite a total separação entre tolerância e intolerância, civilidade e selvageria, educação e brutalidade, ética e desonestidade, fraternidade e egoísmo, e, por fim, entre homens e feras.
7. Só o mais alto grau de cultura permite a convivência democrática e tolerante entre os diferentes, e a diferença só é possível se a convivência entre tantas singularidades e individualidades pressupor a total liberdade de opinião, crença e formação intelectual, onde até mesmo a mais brutal das opiniões tem o direito à existência e à expressão, desde que não anule ou suprima as outras individualidades, singularidades e liberdades. O egoísta só pode existir graças ao altruísmo, e o altruísmo só existe graças ao culto da inteligência e da própria cultura. Portanto, cultura, liberdade e democracia são irmãs gêmeas.
8. Quando o Estado falha, quando a política falha, quando os partidos falham, quando não cremos mais em nossos líderes como representantes da vontade coletiva da sociedade, o que resta fazer? Ser mais criativo, e, portanto, mais culto. Nos tempos mais sombrios da humanidade, quando a política se transformou no refúgio dos piores e mais sórdidos indivíduos, a cultura, em sentido contrário, tornou-se o refúgio dos homens mais inteligentes e dotados, e a partir dela surgiram novos líderes, novas referências, e, dentre eles, novos políticos e representantes da vontade coletiva dignos desse nome. A cultura é, deste modo, uma usina de ética, probidade e cidadania, e, portanto, quando a cultura falha ou é omissa, prospera toda sorte de criatura espúria e desonesta.
9. A cultura não é uma mercadoria e, no entanto, é uma das indústrias mais lucrativas e a ambientalmente mais correta. O fluxo de capitais gerado pelo simples fato de que as pessoas viajam para conhecer outras culturas movimenta quantias incalculáveis em todos os países do mundo. Se alguns países são mais visitados que outros, se algumas regiões são mais visitadas que outras, não é porque possuam menos ou mais cultura , menos ou mais atrativos. A culpa é da sociedade que não o quer ou que divulga muito mal a si mesma, sem falar da ocasional ou usual incompetência dos gestores públicos e produtores culturais.
10. A cultura é a maior fonte de riquezas do mundo, e, no entanto, a que recebe menos investimentos e destaque nos programas governamentais. Quando, ao contrário, investe-se maciçamente em cultura, todo o restante do complexo de circulação de riquezas surge do nada, até no meio de desertos, como em Dubai ou Abu Dhabi. As pessoas não querem só dinheiro. Querem dinheiro, diversão, e arte. Cultura! Auê! Portanto, todo dinheiro e investimento possível à cultura.
11. Em um país onde há tanta injustiça social, onde muitas vezes a arrogância e a prepotência disfarçam-se de falsa modéstia, onde há ainda tantos analfabetos absolutos e funcionais, tanta concentração e má distribuição de renda, onde há regiões ricas como os mais ricos países europeus e regiões miseráveis como os mais miseráveis países africanos, onde, na mesma cidade, há arranha-céus espelhados ao lado de bairros feitos de papelão, lona e madeira, onde a alienação é maior que a educação, onde a corrupção é maior que a honestidade e a decência, onde a riqueza, que é tão grande quanto a pobreza, se tornou tanta a ponto de sermos uma nação credora do FMI, e mesmo assim ainda temos pessoas de nosso povo vivendo em situação comparável a de muitos Haitis, não resta a menor dúvida que a ação do Estado é ineficaz e ausente em boa parte das vezes, além de ser algo paradoxal e incoerente. Diante desse quadro, o artista, o intelectual, o produtor cultural, o formador de opinião, o folclorista, o pesquisador, os meios de comunicação, a sociedade civil organizada, só podem se unir e bradar para que a injustiça e o horror social não se transformem no pior e mais abominável tipo de cultura: a indiferença. Cultivemos, portanto, o que há de melhor em nossa cultura, e que haja a melhor cultura para todos. Para todos! Para todos!
12. Convocamos, portanto, todos os artistas e produtores culturais de Rio Claro a fundarmos um movimento, um grande “Auê” cultural, que envolva todos os segmentos artísticos e toda a cidade, a fim de transformarmos a cultura em nosso instrumento maior de cidadania e dignidade humana. Façamos o ritual do “ka´wi” cultural, a cultura como beberagem espiritual e amor à arte e à vida!
AUÊ!!!
2. A palavra cultura vem da palavra “cultivar”, de onde se infere que culto é alguém que tem o hábito de cultivar algo que o torna, ele mesmo, um ser cultivado, gesto que é anterior à política e à educação, porque não há política ou educação fora da cultura e cultura fora da educação e da política.
3. Logo, um homem torna-se um alienado político e um mal-educado quando desconhece a importância da cultura como amálgama da identidade, porque sem cultura não há identidade e não há história, uma vez que não há história fora da cultura e cultura fora da história. Portanto, é impossível um homem saber o que é ou porque é fora da cultura. Numa palavra, cultura e história são a mesma coisa.
4. Em um país onde a identidade cultural perde a cada dia suas mais importantes referências, as pessoas não sabem mais quem são seus guias espirituais, intelectuais, literários, artísticos e, portanto, culturais. A falta de modelos gera uma crise de identidade, porque a cultura necessita de referências com as quais pode multiplicar os seus poderes e sua influência. Substituí-los por novos não é fácil, porque sem referências, o homem caminha lentamente para a barbárie, até achá-la comum e, depois, natural.
5. O homem, nesse ponto em diante, torna-se aos poucos um animal egoísta, porque o ser humano é um animal cultural e social, e como tal, só pode construir a humanidade e a civilização se a cultura torna-se a sede de sua mais alta espiritualidade e elevação intelectual.
6. A diferença entre um homem civilizado e um animal selvagem, entre um homem cultivado e um inculto é a ponte que permite a total separação entre tolerância e intolerância, civilidade e selvageria, educação e brutalidade, ética e desonestidade, fraternidade e egoísmo, e, por fim, entre homens e feras.
7. Só o mais alto grau de cultura permite a convivência democrática e tolerante entre os diferentes, e a diferença só é possível se a convivência entre tantas singularidades e individualidades pressupor a total liberdade de opinião, crença e formação intelectual, onde até mesmo a mais brutal das opiniões tem o direito à existência e à expressão, desde que não anule ou suprima as outras individualidades, singularidades e liberdades. O egoísta só pode existir graças ao altruísmo, e o altruísmo só existe graças ao culto da inteligência e da própria cultura. Portanto, cultura, liberdade e democracia são irmãs gêmeas.
8. Quando o Estado falha, quando a política falha, quando os partidos falham, quando não cremos mais em nossos líderes como representantes da vontade coletiva da sociedade, o que resta fazer? Ser mais criativo, e, portanto, mais culto. Nos tempos mais sombrios da humanidade, quando a política se transformou no refúgio dos piores e mais sórdidos indivíduos, a cultura, em sentido contrário, tornou-se o refúgio dos homens mais inteligentes e dotados, e a partir dela surgiram novos líderes, novas referências, e, dentre eles, novos políticos e representantes da vontade coletiva dignos desse nome. A cultura é, deste modo, uma usina de ética, probidade e cidadania, e, portanto, quando a cultura falha ou é omissa, prospera toda sorte de criatura espúria e desonesta.
9. A cultura não é uma mercadoria e, no entanto, é uma das indústrias mais lucrativas e a ambientalmente mais correta. O fluxo de capitais gerado pelo simples fato de que as pessoas viajam para conhecer outras culturas movimenta quantias incalculáveis em todos os países do mundo. Se alguns países são mais visitados que outros, se algumas regiões são mais visitadas que outras, não é porque possuam menos ou mais cultura , menos ou mais atrativos. A culpa é da sociedade que não o quer ou que divulga muito mal a si mesma, sem falar da ocasional ou usual incompetência dos gestores públicos e produtores culturais.
10. A cultura é a maior fonte de riquezas do mundo, e, no entanto, a que recebe menos investimentos e destaque nos programas governamentais. Quando, ao contrário, investe-se maciçamente em cultura, todo o restante do complexo de circulação de riquezas surge do nada, até no meio de desertos, como em Dubai ou Abu Dhabi. As pessoas não querem só dinheiro. Querem dinheiro, diversão, e arte. Cultura! Auê! Portanto, todo dinheiro e investimento possível à cultura.
11. Em um país onde há tanta injustiça social, onde muitas vezes a arrogância e a prepotência disfarçam-se de falsa modéstia, onde há ainda tantos analfabetos absolutos e funcionais, tanta concentração e má distribuição de renda, onde há regiões ricas como os mais ricos países europeus e regiões miseráveis como os mais miseráveis países africanos, onde, na mesma cidade, há arranha-céus espelhados ao lado de bairros feitos de papelão, lona e madeira, onde a alienação é maior que a educação, onde a corrupção é maior que a honestidade e a decência, onde a riqueza, que é tão grande quanto a pobreza, se tornou tanta a ponto de sermos uma nação credora do FMI, e mesmo assim ainda temos pessoas de nosso povo vivendo em situação comparável a de muitos Haitis, não resta a menor dúvida que a ação do Estado é ineficaz e ausente em boa parte das vezes, além de ser algo paradoxal e incoerente. Diante desse quadro, o artista, o intelectual, o produtor cultural, o formador de opinião, o folclorista, o pesquisador, os meios de comunicação, a sociedade civil organizada, só podem se unir e bradar para que a injustiça e o horror social não se transformem no pior e mais abominável tipo de cultura: a indiferença. Cultivemos, portanto, o que há de melhor em nossa cultura, e que haja a melhor cultura para todos. Para todos! Para todos!
12. Convocamos, portanto, todos os artistas e produtores culturais de Rio Claro a fundarmos um movimento, um grande “Auê” cultural, que envolva todos os segmentos artísticos e toda a cidade, a fim de transformarmos a cultura em nosso instrumento maior de cidadania e dignidade humana. Façamos o ritual do “ka´wi” cultural, a cultura como beberagem espiritual e amor à arte e à vida!
AUÊ!!!
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